GUARDADO COM CARINHO

AMOR AVASSALADOR

VERDADEIRO

INESPERADO

IMPOSSÍVEL

E FORA DE HORA

QUE CHEGOU

SEM QUE EU

PUDESSE RESISTIR

E FEZ DO MEU VIVER

UM LABIRINTO DE SONHOS

DO QUAL JÁ NÃO QUERO MAIS

SAIR

SÓ ME  RESTA

ENTÃO

CONFESSAR QUE

NESSE LOUCO EXISTIR

SÓ ME

ENCONTREI

QUANDO ME

PERDI

LEYR

ELA E EU  

ACORDEI CEDO

E ME LEVANTEI PREOCUPADO

EM NÃO FAZER BARULHO

ARRUMEI-ME EM SILÊNCIO

E SAÍ DE CASA SEM BATER A PORTA

TUDO PARA QUE ELA NÃO DESPERTASSE

ENTREI NO ELEVADOR RAPIDAMENTE

COMO QUEM ESTÁ ATRASADO

PARA O TRABALHO

APERTEI O BOTÃO E DESCI

NA RUA

METI-ME NO MEIO DOS PASSANTES

ESQUIVANDO-ME DE UM E DE OUTRO

ATRAVESSEI A RUA CORRENDO

SEM RESPEITAR O SINAL DE TRÂNSITO

E AÍ DE REPENTE

ANDANDO JÁ CALMAMENTE

NO MEIO DA MULTIDÃO

SENTI  ELA  SEGURAR
COM FIRMEZA
MINHA MÃO

ME RENDI 
E ENTENDI 

ENTÃO

QUE NÃO HÁ COMO

FUGIR DESSA MINHA
SOLIDÃO

LEYR

 EU SÓ QUERIA A  SUA MÃO

EU ME SINTO

COMO UM BALÃO JAPONÊS

QUE EM FESTA DE SÃO JOÃO

É SOLTO NA NOITE FRIA

E AOS POUCOS

VAI  SUBINDO  SUBINDO

E SE AFASTANDO DA MULTIDÃO

QUE JÁ NEM O REPARA MAIS

ENVOLTA QUE ESTÁ NA ALEGRIA DA FESTA

E LÁ NO BREU  PROFUNDO DA NOITE FRIA

E NO VAZIO DO SILÊNCIO TOTAL

VÊ SUA CHAMA

SE APAGAR AOS POUCOS

ATÉ QUE ENFIM SE CALA

E SE DEIXA LEVAR AO SABOR

DO VENTO NOTURNO

SEU DESTINO É PERCORRER

SOZINHO

A IMENSIDÃO DO CÉU

SEM NINGUÉM PARA ABRAÇAR

OU DAR A MÃO

ATÉ ENCONTRAR O DESERTO

DO OCEANO SEM FIM

ONDE ENFIM

IRÁ

POUCO

A

POUCO

MERGULHAR
NA TRISTEZA
MAIS PROFUNDA 

E

LENTAMENTE 
SE

DESFAZER

LEYR

FRATERNO AMOR

QUANDO 

NADA

É

TUDO

QUE

SE

TEM

SEU

SORRISO

É

TUDO

DO

TUDO

QUE

NÃO

SE

TEM

E

O

NADA

EM

TUDO

JÁ

NADA

É

LEYR

PENSANDO EM AUGUSTO DOS ANJOS

BACTÉRIA

VERME

BARATA

RATO

PÓ

ESCURIDÃO

COM

VÓS

ESTARÃO

QUANDO

SUA

MATÉRIA

POR

FIM

SE

CONVENCER

QUE

O

CORPO

É

QUIMERA

E

SÓ

A

ALMA

É

ETÉREA

LEYR